Rede de Distribuição Primária

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Rede de Distribuição Primária

Para abordarmos o assunto de Rede de Distribuição Primária, precisamos inicialmente comentar sobre ETD – Estação Transformadora de Distribuição, também conhecida por Subestação.

A ETD tem por objetivo rebaixar a tensão de Transmissão ou Subtransmissão a níveis de tensão de Distribuição.

De acordo com o especificado em projeto elétrico de construção, conheceremos a tensão de saída da ETD.

A Tensão de Saída da ETD, bem como a Classe de Tensão são dadas abaixo:

Classe                 Saída         Fases

     5 kV                  3.8 kV            ABC

     15 kV                 13.8 kV           DEF

     25 kV                 24.5 kV            GHI

     35 kV               34.5 kV            JKL

Para efeito de projeto, a Classe de Tensão de 5 kV não é mais utilizada, pois requer cabos de alta bitola, pois quanto menor for a tensão maior será a corrente elétrica, e quem determina a bitola do cabo é a corrente elétrica.

Deveremos levar também em consideração o valor de tensão pelo comprimento do circuíto para fins de cálculo de queda de tensão.

ETD – Estação Transformadora de Distribuição

Conforme a característica da região, a ETD poderá ser aérea ou subterrânea.

De acordo com a carga instalada e a prevista para os próximos anos, determina-se a Classe de Tensão da ETD.

Nomenclatura das ETD’s

Todas as ETD’s possuem nome e sigla.

Por exemplo:

ETD Santo André – SND

ETD Ribeirão Pires – RPI

ETD Ibirapuera – IBP

Nomenclatura dos circuítos primários

A nomenclatura dos circuítos primários são compostas da sigla da ETD seguida do número do circuíto, sabendo-se que a Classe de Tensão 5 kV é composta por dois números, as de 15, 25 e 35 kV  por  três  números,  sendo que a de 15 kV inicia-se com o número 1, a de 25 kV com o 2 e a de 35 kV com o 3.

Exemplos:

1 – ETD Santo André: a distribuição é 5 kV, o circuíto “0” será SND-00. o circuíto “1” será SND-01, o “2” será SND-02, e assim sucessivamente.

2 – ETD Ribeirão Pires: a distribuição é 15 kV, o circuíto “0” será RPI-100, o “1” será RPI-101, 0 “2” será RPI-102, e assim sucessivamente.

3 – Uma ETD cuja distribuição seja em 25 kV, o circuíto “0” será XXX-200, 0 “1” será XXX-201, o “2” será XXX-202, e assim sucessivamente.

4 –  Uma ETD cuja distribuição seja em 35 kV, o circuíto “0” será XXX-300, 0 “1” será XXX-301, o “2” será XXX-302, e assim sucessivamente.

Salientando que todos os circuítos de distribuição primária que terminam com “0” ou “1” são circuítos socorro e ficam somente em tensão (sem carga), e somente serão utilizados em situações de emergência.

Os demais atendem as zonas urbanas e rurais.

Na saída da ETD, em sua extensão e nos encontros com diferentes circuítos primários, temos as chaves faca para manobra de circuítos, que poderão assumir o estado NA – Normalmente Aberta ou NF – Normalmente Fechada, de acordo com a posição em que se encontra no circuíto.

Sempre que a chave faca estiver na função de “vis-a-vis” (encontro de dois circuítos primários diferentes), estará na posição NA.

Na saída da ETD e no tronco (circuíto principal) do primário, estará na posição NF.

Chave Faca Normalmente Aberta – NA


Encontramos também no circuíto primário religadoras automáticas para proteção e manobra, reguladores de tensão, bancos de capacitores, e ramais (derivações), aonde estão alocadas as chaves fusíveis, também conhecidas por chave Matheus, para proteção e manobra dos circuítos.

Conjunto Chave Fusível

Nas chaves faca, faca-fusível e chaves fusíveis encontraremos as plaquetas de identificação do circuíto primário a que pertence tal equipamento. Caso seja uma chave faca vis-a-vis  encontraremos de um lado do conjunto a identificação de um dos circuítos, e no lado oposto a identificação do outro.

Identificações de rede

Identificando de cima para baixo, temos:

A, B e C – fases primárias

D – Condutor neutro

E – Chave fusível ou chave Matheus

F – Suporte para chave fusível

G – Transformador monofásico Sistema Delta

H – Rede secundária de distribuição

J – Ramal de ligação secundário

K – Rede de telefonia

Alimentados pelos circuítos de distribuição primária, temos ainda os clientes em média tensão – entrada primária, as  Estações Transformadoras de Iluminação Pública e as Estações Transformadoras que geram os circuítos de distribuição secundária para alimentar os clientes em BT – Baixa Tensão.

CURTA Adolpho Eletricista

Adolpho Eletricista – Seu Eletricista São Paulo!

Eletricista residencial, predial, comercial e industrial.

Atendo Grande São Paulo e Zona Sul de São Paulo.


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Adolpho Eletricista

Proprietário da Empresa Adolpho Eletricista. Técnico Eletrotécnico e Eletrônico habilitado. Eletricista residencial, predial, comercial e industrial autônomo com 42 anos de experiência. Atuação na Grande São Paulo e Zona Sul de São Paulo. Instrutor de NR-10. Atendimento Personalizado. Garantia de bons serviços. Redator de artigos técnicos profissionalizantes. Business Owner Adolpho Electrician. Electrotechnical and Electronic Technician enabled. Self-employed residential, building, commercial and industrial electrician with 42 years of experience. Expertise in the Greater ABC and Greater São Paulo region. NR-10 Instructor. Personalized service. Guaranteed good services. Writer of professional technical articles.

5 Comments

Welberth

19 de julho de 2017 at 1:06 pm

Olá Adolpho!

Gostei muito dos seus artigos aqui na página, está de parabéns!
Utilizei algumas vezes como base de informação rápida de conhecimento.
Senti falta apenas da RDS (Rede de Distribuição Subterrânea)

Continue assim!
Abraço.

    Adolpho Eletricista

    19 de julho de 2017 at 5:29 pm

    Bem vindo e obrigado pelo comentário, Welberth! Sempre atuei na RDA Rede de Distribuição Aérea. Porém vou procurar material para redigir um artigo sobre RDS. Grato pela sugestão!

      Welberth

      21 de julho de 2017 at 6:08 pm

      Olá Adolpho,
      nós é que nos sentimos gratos pela sua dedicação.
      Os artigos são bem objetivos, práticos e de uma linguagem técnica bastante simples de se compreender.

      Até mais,
      Estamos no aguardo então!

Douglas

9 de fevereiro de 2018 at 7:52 pm

ABOUT AUTHOR meus Parabéns conteúdo muito bom e muito interessante o interessante de se analisar e que e muito raro ver redes de media tensão nos níveis 24,5 kv e 34,5 kv na regiao onde moro e apenas 11,9 e 13,8 kv embora 24,5 kv e 34,5 kv precisaria de isoladores maiores, transformadores de distribuição específicos, ainda teria vantagem em bitolas de fio menores por que será que esses níveis são menos usados eu até hoje não conheci alguma região que tenha uma linha de média tensão com esses níveis de 24,5 e 34,5 kv sou de SP e aqui e tudo 11,9 KV e 13,8 KV enquanto o artigo meus parabéns respondeu muito curiosidade que eu tinha !

    Adolpho Eletricista

    14 de fevereiro de 2018 at 12:09 am

    Bem vindo, Douglas! Obrigado pelo elogio! As redes de 24,5 e 34,5 kV são pouco utilizadas devido ao custo de implantação do sistema elétrico. Algumas raras regiões da capital de São Paulo trabalham em 24,5 kV. Para converter de 11,9 e 13,8 para 24,5 ou 34,5 kV por ora não compensa financeiramente, uma vez que o sistema existente atende à demanda instalada e projetada para os próximos anos. Mudança de tensão implica em substituição de todos os transformadores de distribuição e também os rebaixadores das ETD’s, bem como isoladores, para raios, capacitores, religadoras, seccionalizadoras, reguladores de tensão, disjuntores, muflas, enfim, fazer tudo novamente. Jogar fora o que se tem e instalar tudo novo. Imagine você trocar seu carro, moto, bicicleta, toda o mobiliário, vestuário, eletrodomésticos de sua casa, derrubá-la, reconstruí-la, e ainda ter que continuar morando nela durante a reforma (os clientes devem continuar sendo atendidos durante uma mudança de tensão). Acompanhei a mudança de 3,8 kV para 13,8 kV no ABC paulista na década de 80, e foi muito complicado e oneroso para os cofres da empresa. Deve ser muito bem planejado, organizado, projetado e executado para não haver perdas e danos.
    Adolpho Eletricista.

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